quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Psiquiatria



Caros concidadãos,

É com enorme alegria que anuncio que nos próximos 5 anos decorrerá um processo que eventualmente fará de mim Psiquiatra!

Abraços a todos!

domingo, 23 de novembro de 2008

A grande depressão




Já sobram poucos dos que eram já adultos em 1929, o ano em que se iniciou a "Grande Depressão" que se viria a arrastar e a impor as suas consequências por mais de uma década até à II Guerra Mundial. Nessa época, havia uma euforia nos mercados bolsistas que se propagou à população, pessoas de todas as classes sociais, ricos e pobres, sapateiros e homens de negócios, jogavam na bolsa, muitos à custa de empréstimos. Faziam-se fortunas de um dia para o outro e parecia que todos poderiam ficar abastados, era o "sonho americano". A esta época de entusiasmo seguiu-se um período de instabilidade, com subidas e descidas nos mercados de acções, que viria a tornar famoso o dia 29 de Outubro de 1929, a "Terça-feira Negra", o início da "Grande Depressão". Nesse dia, ameaçados pelas flutuações do mercado e pelos rumores de uma possível queda iminente da bolsa, todos os accionistas venderam ao desbarato todas as acções que tinham, fazendo dos bocados de papel que eram a sua fortuna isso mesmo, bocados de papel. Fortunas, umas incalculáveis, outras não, perderam completamente o seu valor, um sem número de pessoas ficou na ruína.
Depois do "crash" de 1929 os bancos, alheios a qualquer responsabilidade (já na altura havia falta de políticas e regras pare este tipo de negócios) e como seria de esperar, continuaram a exigir que fossem pagos os empréstimos que tinham sido feitos. As pessoas, agora sem um tostão, não tinham como pagar. Incapazes de fazer face aos compromissos efectuados iniciou-se uma espiral de falências e penhoras, empurrando milhões de pessoas para o desemprego e para fora das suas casas. Nos Estados Unidos 25% da população activa ficou sem emprego e, claro está, também não tinha salário. Sem dinheiro para gastar, um círculo vicioso que se viria a arrastar mais de uma década foi iniciado. Quanto mais pessoas estivessem desempregadas mais iriam ainda ficar, pois não tendo dinheiro para comprar os bens dos outros, mais cedo ou mais tarde esses últimos viriam também a falir pois não tinham como fazer negócio.
A miséria instalou-se, de Wall Street espalhou-se para todos os continentes, poupando apenas algumas economias socialistas que eram estanques à crise capitalista. Milhões de desempregados e suas famílias foram viver para bairros de lata, fome, sofrimento e violência seriam o dia-a-dia de milhões de cidadãos do mundo por anos a fio. A crise só viria a ter o seu ponto final após a II Guerra (um conflito terrível, presente apenas na memória de alguns e não mais do que uma imagem na televisão para a maioria), quando os mais díspares (ou não) interesses se defrontaram até se estabelecer uma "nova ordem" mundial.
É para mim óbvia a semelhança entre o que se passou há 80 anos e o que se passa agora. Os empréstimos, as quedas na bolsa (que segundo consta, foram já maiores este ano que em 1929), as penhoras e as falências só agora começaram. Será, muito provavelmente, uma questão de tempo até que venhamos a sentir na pele as consequências desta crise.
Tento, sem êxito, explicar o meu ponto de vista às pessoas que, cépticas na sua maioria, ouvem a minha história com um sorriso paternalista, colocando esta minha ideia nas margens do estapafúrdio. Quando falo num desemprego descontrolado, com flutuações incompreensíveis de preços, fome e miséria quase transversais em todos os países industrializados dão-me uma pancadinha nas costas e sugerem-me que veja menos filmes. Nada que não estivesse à espera!
É natural, acho eu, este cepticismo. Como disse no início, já são poucos aqueles que viveram com olhos críticos o período da "grande depressão" e da II Guerra. Todos, como eu, viveram um período de prosperidade, todos convencidos que o mundo capitalista era um local seguro em que a propaganda, a censura e a escravatura tinham lugar apenas nos livros de História. É óbvio que assim não é!
Tenho medo do que será do mundo, quando sociedades inteiras de cépticos se virem confrontados com a crise real e verdadeira. Temo pela desorganização e pelo descontrolo.
Espero sinceramente estar enganado, que esta crise não chegue às pessoas, que o desemprego não suba, que não se inicie a violência, as pilhagens, a fome e a miséria generalizada. Espero que não se inicie a guerra!
Infelizmente a minha consciência diz-me o contrário, já aconteceu no passado e vai certamente acontecer no futuro. A História, quando se repete, não escolhe os que se pensam esclarecidos ou cépticos, atinge todos, para o bem ou para o mal!
Espero não estar isolado, mas se estiver e assim continuar, tanto melhor! Serei apenas um pessimista, antes isso que a II Grande Depressão!

Mas se for como digo, espero não estar sozinho! Que haja quem combata a meu lado, pois é o antecipar dos males que faz de nós humanos, que nos permite lutar por um mundo melhor para nós e para os outros!

"Hasta la victoria, siempre!"

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Jornalismo




Ultimamente não consigo ver as notícias no telejornal em Portugal sem sentir uma sensação quase avassaladora de constrangimento. A superficialidade com que são transmitidas as notícias é exasperante, impossibilitando o verdadeiro conhecimento de seja o que for. As opiniões são transmitidas livremente pelos jornalistas impedindo (ou dificultando) a formulação das nossas próprias ideias. Neste momento parece que o que interessa são grandes títulos, plenos de sensacionalismo, capazes de por o nosso cérebro no automático. É que mesmo só relatando factos eles podem, através da sua selecção, condicionar a opinião de quem os está a ver. No entanto, parece-me que o viés é duplo quando o facto selecionado vem já com um kit de opinião.
Além disso, não consigo deixar de falar na incompetência de grande parte dos jornalistas (começando já agora pela inestimável e inigualável Fátima Campos Ferreira cujas perguntas me envergonham, embaraçam e me provocam aquela sensação de vergonha que às vezes nos faz mudar de canal - ressalvando que os debates de 2a-feira à noite não são só maus) que muitas vezes são responsáveis por verdadeiras enormidades que são ditas em horário nobre. Quando se fala em saúde (falo em saúde porque a minha formação superior em medicina me permite fazer um juízo mais informado das notícias) cometem-se verdadeiras atrocidades contra a ciência, dizendo-se coisas totalmente desprovidas de sentido e fundamento. Se o meu conhecimento nesta área me permite triar toda essa informação, o mesmo não posso dizer sobre àreas que não domino, como o direito ou a economia. Fico com a sensação que se não capazes de fazer uma boa investigação na minha área, o mesmo se deve passar nas outras. Quem não se lembra do mortífero adenovírus que liquidou uns quantos com as suas pneumonias. Na altura, os media fizeram um grande aparato, quando na verdade o dito bicharoco é uma das causas mais vulgares e frequentes de pneumonia, vitimando muitas vezes os habituais velhinhos e imunocomprometidos. Já nem vou falar no maldito Staphylococcus Aureos.
É a sensação de manipulação das notícias que vejo que me provoca o constrangimento. Não consigo ver notícias sem ficar com a ideia de que a censura está de volta. Obviamente que não se trata da censura clássica com os carimbos e rabiscos a caneta vermelha, é antes uma de outro tipo, encapotada e disfarçada.
Gostava sinceramente de saber quem escreve o que passa nos telepontos e que os senhores pivots (que importa estarem impecavelmente engomados e maquilhados além de dotados de uma universalmente aceite aparência) tão extremosamente papagueiam. Fico a pensar se a por demais evidente frivolidade das notícias não será propositada, se os factos não são abordados por ignorância, se por conveniência. Será que as notícias que as pessoas têm paciência para ver são mais importantes que as verdadeiras notícias?
O que importa é ver o telejornal e estar informado, saber se a economia cresce ou decresce, as percentagens da variação das acções da Mota-Engil arredondadas até às centésimas, os resultados do jogos do benfica, as afirmações do Paulo Bento e os comentários do João Vieira Pinto (o menino-de-ouro, o do soco no árbitro), as eleições nos states e o número de vítimas e atentados terroristas (perpetrados por fulanos de barbas - os chamados fundamentalistas islâmicos).
Saber porque milhares fulanos de pelo facial proeminente (e outros) explodem o próprio corpo entoando frases de ordem contra o nosso estilo de vida e contra os nossos governantes, em nome de uns consideráveis milhões; saber como funciona a economia e porque cresce e decresce; saber para onde foi o dinheiro do BPN; onde estão as armas iraquianas de destruição maciça; porque o Bin Laden antes era bom e agora é mau; ou saber o porquê de seja o que for não dá audiências - por isso não interessa!
Mémé!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Mudança



Esta madrugada decorreram as "eleições" do 4º Império. Houve "mudança" na casa branca! Mudança foi aliás o mote para toda a campanha. Mudar, mudar, mudar! Esta inebriante palavra é plena de sentido no caso do negro Obama. Resulta bem este pequeno vocábulo, significa transformação, alteração ou modificação. Nestes Estados "livres e democráticos" é de mudança que se alimenta o povo! As pessoas têm falta de emprego e de dinheiro, muda-se o tom (cor é demasiado forte para o caso) da pele do chefe -nada mais eficaz! Mudarão certamente também a mulher do chefe, a equipa do chefe, a voz do chefe, os hábitos do chefe e o tamanho do chefe. Parece que se cumpriu o sonho de Martin Luther King.
Mudar é que é preciso para manter a esperança do povo (está aliás prevista na constituição dos países "democráticos" e acontece aproximadamente de 4 em 4 ou de 5 em 5 anos, conforme a categoria da mudança em questão). Este senhor certamente vai acabar com as guerras no mundo e com a fome em África. Os seus compatriotas quenianos podem dormir descansados, ou não? Já está combinado um jantar de natal com os líderes do Irão e da Coreia do Norte - trocarão presentes e beijinhos. Vão ser amigos pois nenhum deles é completamente branco. Prometerão não lançar a bomba atómica, a não ser que um deles invente um sistema de defesa contra a mesma.
Nós os europeus (com o devido estímulo dos nossos prestáveis meios de comunicação social) apoiamos a mudança, não nos chegava que mudasse a estatura e a cor de cabelo do presidente, não nos chegava o tom de voz, não queríamos um fulano de um partido do mesmo nome, não queríamos um bêbado nem um veterano de guerra - queríamos mudança. E tivemos uma, como já expliquei.
Tirando o que brilhantemente enumerei, não sabemos bem o que mudou. Sabemos se os debates foram disputados em "bom tom", ou não. Vimos várias reportagens sobre a quantidade de senhores polícias que foram necessários para assegurar que não havia nenhum atentado contra os futuros imperadores e seus apoiantes. Ouvimos repetidamente as palavras de ordem nos vários noticiários, umas com legendas, outras dobradas. Vimos multidões de pessoas aos gritos das duas congregações em disputa. Assim sabemos que seja qual for a nossa opinião não estamos sozinhos, e isso é importante.
Prometi a mim mesmo não falar do que não mudou. Queria que este post tivesse alguma piada, por isso não vou falar nos senhores que mandam no imperador e que provavelmente farão com que o estado de graça que sucede a uma "brutal mudança" dure pouco tempo, e que permitirão que nós os europeus continuemos a nutrir um ódio de estimação- pleno de uma confortável e presunçosa superioridade moral e intelectual- pelos nossos "amigos" dos E.U.A.
Alvíssaras senhor Hussein Obama! A esperança será mesmo a última a morrer!