quarta-feira, 29 de maio de 2013

Não tenho a sensação que a combustão de petróleo faça bem à saúde.



Não é que eu considere que queimar combustível fóssil à maluca faça bem à atmosfera. Obviamente, não tenho a sensação que a combustão de petróleo faça bem à saúde, que cure as maleitas, ou que seja responsável por maravilhosos eventos ecológicos. Não, esse não é o caso.
De qualquer maneira, fico anualmente maravilhado com as tiradas de génio de alguns ambientalistas, ecologistas, cientistas, jornalistas e gente que, no geral, aprecia bastante falar sobre o tempo.
Há pouco menos de um ano, recordo-me de visionar nas notícias uma reportagem que, grosso modo, sugeria que o deserto do Saara vinha por aí acima. Basicamente, íamos ficar com um areal na Serra de Sintra, ou uma duna no jardim do Parque Eduardo Sétimo. Foi isso que compreendi - o apocalipse da secura ia apanhar-nos a todos. Os agricultores, já fustigados pela geada e o ocasional tornado iam ter o seu canto do cisne com  a secura permanente das barragens. De facto, perante o défice de precipitação de líquido enviado directamente por São Pedro, a metamorfose de Portugal em Mauritânia parecia fatal. Perante a seca, todos se apressaram a regozijar com a consumação das suas previsões. Na linha da frente estavam os meteorologistas, que brilhantemente costumam falhar a previsão para as vinte e quatro horas seguintes. Esses oráculos estudam a pressão atmosférica, as frentes frias e quentes, o aquecimento global, entre outros. No entanto, não os ouço falar do rotundo falhanço que sucede com o secular conhecimento das estações do ano. A Primavera começa frequentemente a destempo, o Outono começa mais tarde, ocorre anualmente o Verão de São Martinho, e existem dias de Maio que mais parecem Inverno. Apesar disso, continuamos a celebrar as 4 efemérides anualmente, e comportamo-nos em conformidade.
Além daqueles sete minutos para o teste de Geografia do meu nono ano de escolaridade, pouco tempo mais dediquei ao estudo de peculiares fenómenos atmosféricos como o vento e a chuva. No entanto, sou capaz de perceber que as previsões do tempo são tão ou mais falíveis que as previsões económicas. E temos visto como estas últimas têm sido estupendas... Mas agora falamos de um assunto mais sério - o fim do verão. Não, não estou a falar do início do Outono. Estou, evidentemente, a discutir a notícia que ouvi ontem, onde se afirmava perentoriamente que este ano não ia haver bem um verão. Parece que a seca aqui no Saara foi desta vez um pouco fria e húmida, de maneira que o arrefecimento da atmosfera foi tal, que o verão não a vai conseguir aquecer. Pelo menos, foi o que compreendi assim que somei a audição da notícia, àqueles sete minutos de dedicação estudantil quando tinha 14 anos.
O ano passado o apocalipse era seco e quente, este ano é frio e molhado; e eu ainda não decidi qual prefiro.
A questão que eu coloco é simples: se os ecolometeorologistas não conseguem prever o tempo que vai estar para a semana, como é que conseguem prever o que vai acontecer no Verão? Na verdade, essa malta a única coisa que parece conseguir prever, é o fim do mundo!
Os visados por este texto que se pretende imbecil talvez dirão - é justamente esta instabilidade que prova que isto está tudo do avesso, ora seco, ora húmido, ora frio, ora assim-assim. E eu que pensava que assim era o tempo!